MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE. Katedra Filozofii Wydział Psychologii Wyższa Szkoła Finansów i Zarządzania w Warszawie T.

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1 Parerga MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE Katedra Filozofii Wydział Psychologii Wyższa Szkoła Finansów i Zarządzania w Warszawie T. 2: 2012 Warszawa 2012

2 międzynarodowe studia filozoficzne Rada Naukowa: František MIHINA (Przewodniczący), Jewgenii BABOSOV, Neven BUDAK, Robert BURCHER, Bronisław BURLIKOWSKI, Rudolf DUPKALA, Marcel F. FRESCO, Maria-Luisa GUERRA, Borys G. JUDIN, Aneta KARAGEORGIEVA, Pavel KOUBA, Richard LEE, Herman LODEWYCKX, Erich MOLL, Vassilis NOULAS, Abdumialik I. NYSANBAJEW, Pedro ORTEGA-CAMPOS, David PELLAUER, Henryk PILUŚ, Jurii REZNIK, Wojciech SŁOMSKI, Frantisek SMAHEL, Stanislav STOLARIK, Alex TIAPKIN, Patrick VIGNOL, Luciana VIGNE, Igor ZAHARA Recenzenci: Pavol Dancak, Jan Balbus, Janusz Czerny, Sergiej Gawrow, Stanisław Jedynak, Stefan Konstańczak, Mirosław Michalski, Andrzej Misiołek, Wanda Rusiecka, Helen Suzane, Marek Storoska, Ireneusz Świtała Redaktorzy tematyczni: Prof. nzw. dr hab. Bronisław Burlikowski, Prof. nzw. dr hab. Henryk Piluś, Dr Remigiusz Ryziński, Dr Anna Wawrzonkiewicz-Słomska, Redaktor statystyczny i techniczny Mgr inż. Adam Polkowski, apolkowski@vp.pl Redaktorzy językowi: Prof. Tamara Yakovuk język rosyjski, tiyakovuk@yandex.ru Dr Juraj Žiak - język angielski i słowacki, ziak.juraj@gmail.com Dr Ivan Balaż język czeski i słowacki, balaz@ismpo.sk Prof. Ramiro Delio Borges de Meneses język, angielski, hiszpański i portugalski, borges272@gmail.com Mgr Marcin Szawiel język polski, marcin.szawiel@wp.pl Mgr Martin Laczek język angielski, martin.laczek@yahoo.co.uk Kolegium redakcyjne: Wojciech Słomski (redaktor naczelny), slomski@vizja.pl Sylwia Jabłońska, jablonska@vizja.pl Marcin Staniewski (sekretarz redakcji), staniewski@vizja.pl Skład, łamanie i opracowanie graficzne: Mgr inż. Adam Polkowski, apolkowski@vp.pl Projekt okładki: Karol Kowalczyk, karol@vizja.pl Redakcja: Wyższa Szkoła Finansów i Zarządzania w Warszawie Wydział Psychologii, Katedra Filozofii Warszawa, ul. Pawia 55, p. 231 Tel ; Fax parerga@vizja.pl ISSN Wydawca: Wyższa Szkoła Finansów i Zarządzania w Warszawie, Wydział Psychologii, Katedra Filozofii, Warszawa, ul. Pawia 55, p. 231, Tel ; Fax parerga@vizja.pl Wersja wydania papierowego Parerga jest wersją główną

3 Spis treści Spis treści...3 Ramiro Délio Borges de Meneses... 5 Leitura Kantiana da Mecânica Clássica: pelos princípios e fundamentos a priori Kant s reading of classical mechanics. The essentials and a priori principles Aleksandra Macintosh W poszukiwaniu pewności: Szestow a Kierkegaard In quest for Certitude: Shestov and Kierkegaard Rudolf Dupkala Warianty filozofii dziejów w pozytywizmie Auguste`a Comte`a i woluntaryzmie Fryderyka Nietzschego Variants of philosophy of history in positivism of Auguste Comte and in voluntarism of Frideric Nietzsche Walentyn M. Wandyszew Идеология утопизма в реалиях ХХ века Vandyshev Valentin. The ideology of utopizm in reality of XX century František Mihina Kant vo filozofických štúdiách Ch. S. Peircea Kant in Ch. S. Peirce s philosophical studies Andrzej Korczak Metodologiczne podstawy interpretacji mitu według Ericha Fromma Methodological basis of myth interpretation according to Erich Fromm Viera Žemberová Ján Amos Komenský - osobnosť slovanskej minulosti Jan Amos Komenský the Authority of Slavic Science and Art Marta Gluchmanova Transcendence and Immanence in Buddhism, Confucianism and Christianity Remigiusz Ryziński Lucy. Przypadek nietypowy Lucy. The unusual case Wojciech Słomski O filozofii autentycznej On authentic philosophy WYŻSZA SZKOŁA FINANSÓW I ZARZĄDZANIA W WARSZAWIE 3

4 Spis treści Jaroslav Faltin Problematika morálnych emócii vo vzťahu k ľudskej prirodzenosti (v kontexte etiky sociálnych dôsledkov) The issue of positive emotions in relation to the human nature (in the context of ethics, social outcomes) Remigiusz Król Monistyczne propozycje rozwijane w kręgu idealizmu na temat ciała Monistic Propositions Developed in the Spectrum of Idealism on the Subject of Body José Henrique Silveira de Brito, Ramiro Délio Borges de Meneses Éticas Kantianas: pragmática transcendental Kant s ethics- transcendental pragmatics Recenzje Stefan Konstańczak Войцех Сломский, Очерки польской философии ХХ века, Булорусская Государственная академия исскуств, Минск 2011, 175 s. Mateusz Krzyżanowski Wojciech Słomski, Myśląc o filozofii współczesnej, Wydawnictwo: Europejskie Kolegium Edukacji w Warszawie, Warszawa 2011, 188 s. 4 MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE NR 2/2012

5 Ramiro Délio Borges de Meneses międzynarodowe studia filozoficzne nr 2/2012 Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Saúde do Norte Gandra e Famalicão Investigador do Centro de Estudos Filosóficos da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa Centro Regional de Braga Leitura Kantiana da Mecânica Clássica: pelos princípios e fundamentos a priori Kant s reading of classical mechanics. The essentials and a priori principles [s. 5-17] Key words: Kant, space, time, motion, kinematic, Newton`s laws, physical science, and critique Introdução A preocupação de Kant é gnoseológica, uma vez que o sentido está em determinar as condições de possibilidade puras a priori do movimento. O pensamento kantiano não se dirige ao aspecto ontológico sobre a natureza (essência, como princípio dinâmico) e sobre a causa do movimento, segundo a física aristotélica. A essência do fenómeno cinemático (movimento) é dada pela Física Teórica e isso sabe-o Kant [Kant, 1912: 16-23]. Segundo a filosofia da Física, a lei geral do movimento dá-nos a essência: e v lim de t 0 t dt s v. f f ' t t ou v Daqui se segue que o movimento cinemático é constituido por três variáveis ou como uma função geral: Mc f e, t, v Logo, o movimento, segundo a cinemática, será um conjunto transfinito de pontos (E) e instantes (T), intensivos ( v ), acto-potenciais. A ontologia regional da Física determina o existir (esse) fenoménico, que é o seu fundamento, nos pontos-instantes variáveis vectorialmente no concreto, como um esse f ' t WYŻSZA SZKOŁA FINANSÓW I ZARZĄDZANIA W WARSZAWIE 5

6 Ramiro Délio Borges de Meneses cinematicum. A coordenada mais importante do movimento cinemático reside na vectorial pela velocidade. Segundo Kant, para o progresso da Física, no domínio cognoscitivo, é importante ser necessário distinguir as limitações dos princípios fundamentais de meros equívocos na aplicação de um axioma. Logo, o valor pragmático dos fundamentos metafísicos, segundo Kant, pela Dialéctica Transcendental, é o conhecimento Erkenntnis de Deus, da Liberdade e da Imortalidade, o qual fornece exemplos Beispiele na forma de intuições (Anschauungen) para ilustrar os conceitos puros do entendimento reine Verstandesbegriffen das metafísicas universais [Suppes, 1973: 95]. Kant nota que isto será somente a doutrina metafísica da natureza corporal, que pode fornecer as formas e princípios da intuição externa a priori da sensibilidade pelo espaço. Mas, a coordenada temporal é fundamental, em cinemática, porque é ela que, em Física, a diferencia da Geometria, dado que o tempo é forma pura a priori da sensibilidade interna, como Kant elabora na Estética Transcendental. Kant ao não admitir a intuição intelectual pura e ter reduzido toda a intuição ao âmbito da sensibilidade, só poderá, assim, falar de intuições puras no plano sensível (espaço e tempo), independentemente das intuições empíricas. Kant refere que isto será somente a doutrina da natureza corporal, que pode fornecer as formas e princípios da intuição externa a priori da sensibilidade pelo espaço. Mas, a coordenada temporal é fundamental, em cinemática, porque é ela que, em Física, a diferencia da Geometria, dado que o tempo é forma pura a priori da sensibilidade interna. Kant, ao fundamentar a Física, redescobre, a necessidade de um conhecimento denominado a priori, que se apresenta como necessário, universal e puro (conhecimento que é independente de toda a experiência) e que se aplica ao plano intelectual aos conceitos puros do entendimento (Verstand) ou categorias [Burgoa, 58: 88-89]. Com este estudo procuramos estabelecer a interpretação ou formulação da foronomia pela cinemática de Newton, que o filósofo estudou, em Koenigsberg, sob orientação do professor Knuzen [Dugar, 1955: 35-36], e pela leitura da teoria abstracta do movimento. 1 - Uma proposição fundamental e particular (Lehrsatz) da foronomia reparte-se então com a chamada composição de movimentos, especialmente com a composição de dois movimentos rectilíneos de um ponto material, relativamente a um terceiro, usualmente chamado de resultante, que matematicamente se denomina de teorema da composição de velocidades Vr u v. Não poderemos cometer o erro de pensar que Kant estaria interessado, meramente, em elaborar algum princípio formal para compor ou para resolver os movimentos dos quais outra proposição foronómica (cinemática) poderia ser deduzida. Criticando o pensamento foronómico de Kant, 6 MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE NR 2/2012

7 Leitura Kantiana da Mecânica Clássica: pelos princípios e fundamentos a priori poderemos asseverar, a partir da Álgebra, que pelo estudo de características das grandezas será suficiente definir outras espécies de grandezas, que axiomaticamente expressam as propriedades formais das leis de composição para os elementos. A grandeza vectorial é fisicamente importante porque possui as mesmas propriedades formais, quer quanto às velocidades, quer quanto ao movimento [Suppes, 1973: 98]. Noutro extremo, a partir de uma aproximação formal da Algebra encontra-se a derivação de Newton sobre a composição dos movimentos, que é feita a partir da primeira lei das duas leis do movimento. Do ponto de vista de Kant, a perspectiva da demonstração de Newton é insuficiente, porque faz uso dos conceitos de inércia e o conceito de força F m. a não tem lugar na foronomia [Netwon, 1965: ]. Aquilo que Kant pretendeu fazer foi mostrar que a composição (Zusammensetzung) de dois movimentos poderá ser construída a priori pela intuição. Assim, a construção a priori requer uma forma pura da intuição e as únicas formas consideradas para a mente humana (Gemüth) são ora o espaço, ora o tempo. Mas, como o tempo per se pode ser representado espacialmente, a forma pura da intuição espacial assume um papel central no estudo do movimento. A solução de Kant para o problema da foronomia (φoρά = movimento, usado por Leibniz na sua teoria abstracta do movimento), mostra que dois movimentos rectilíneos de um ponto material poderá, em certo sentido, ser adicionado no espaço. A solução é formulada na primeira e única proposição da foronomia (Kant, 1883): a composição de dois movimentos de um ponto singular pode somente ser pensado (gedacht werden) ao representar (vorstellen) um dos movimentos no espaço absoluto e o outro pelo movimento equivalente de um espaço relativo com velocidade igual e oposta [Kant, 1911: ]. Para Kant, toda a descrição do movimento necessita de um referencial cinemático (sistema de pontos materiais) ou espaço relativo. Em qualquer problema, entretanto, existirá um espaço relativo, cujo estado de movimento é inespecífico e, isto é, para o problema em questão, o espaço relativo imóvel ou espaço absoluto [Russel, 1956: ]. Segundo Kant, em detrimento de Newton, o espaço absoluto é um referencial indeterminado, sendo a função deste espaço uma ideia reguladora da Vernunft. Na prova da proposição fundamental da foronomia, Kant considerou três casos, dependendo das descrições relativas de dois movimentos originais. No primeiro caso, os dois movimentos são colineares e têm a mesma direcção; no segundo caso, os dois movimentos são colineares, mas de direcção oposta; e, finalmente, um terceiro caso, onde os dois movimentos não são colineares. Ao que parece a insuficiência lógica da prova encontra-se no primeiro caso. WYŻSZA SZKOŁA FINANSÓW I ZARZĄDZANIA W WARSZAWIE 7

8 Ramiro Délio Borges de Meneses A prova de Kant, para o segundo e terceiro casos, faz uso da inversão do procedimento no espaço relativo, juntamente com o princípio da relatividade do movimento. Será importante ver que, nestes três casos, a adição de velocidades se conceitualizar intuitivamente, tal como aconteceu com a adição das distâncias. Aquilo que Kant pretendeu realizar foi reduzir o problema da adição de dois movimentos oblícuos de um ponto singular para o problema de calcular o movimento relativo de um ponto que se move e um sistema de coordenadas em movimento, que o problema da subtracção de dois movimentos. Mas, dando o princípo da relatividade do movimento, os dois problemas são facilmente equivalentes, o qual se poderá enunciar, segundo o mesmo Kant: Todo o movimento, como objecto de uma experiência possível, poderá ser visto como movimento de um corpo num espaço, que está em repouso ou como repouso de um corpo e movimento do espaço em direcções opostas com igual velocidade [Kant, 1912: 20-23]. Finalmente, a terceira orientação que encontramos numa perspectiva crítica na prova do apelo para que seja a mesma regra para as determinações em que o ponto em movimento está localizado no sistema de coordenadas em movimento. A minha interpretação crítica (gnoseológica) da prova foronómica de Kant apresenta uma consequência interessante, que se apresenta não como difícil para formular uma analogia relativista da prova. Não parece incompatível com a ideia de espaço absoluto de Kant e com o princípio da relatividade restrita de Einstein [Fock, 1964: 20-25]. 2 - Assim, na cinemática clássica, está implicitamente assumido que existe um tempo universal e único para todos os observadores, em todos os referenciais, em estado de movimento uniforme, rectilíneo ou em repouso. A partir da mesma proposição segue-se directamente que as velocidades v de dt determinam as mesmas regras da adição das distâncias, sendo o tempo o mesmo para todos os observadores t t', de acordo com o grupo de transformação de coordenadas de Galileu [Araújo Moreira, 1980: 35-48]. Assim, diremos que a inversão de Kant, sobre o procedimento do espaço relativo, se determina como representação intuitiva da composição do movimento, relativisticamente se formos capazes de compreender intuitivamente a adição das distâncias num espaço de Lobachevski (estrutura geométrica hiperbólica) [Strauss, 1972: ]. Tem sido discutida a possibilidade de uma intuição do espaço não-euclidiano, porque recentes estudos experimentais do espaço visual biocular sugerem que este se torna 8 MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE NR 2/2012

9 Leitura Kantiana da Mecânica Clássica: pelos princípios e fundamentos a priori possível numa curvatura negativa. Mas, as leis gerais e o teorema de composição de velocidades receberam pelas categorias da Verstand, uma formalização pelos juízos sintéticos a priori, onde se fundamentam. Na foronomia, admitir um espaço absoluto, isto é, um espaço que, por não sermaterial, também não poderá ser objecto da Erkentnis, como dado em si,significa algo que nem per se, nem nas suas consequências como movimento noespaço absoluto se pode percepcionar em vista da possibilidade da experiência, aqual deverá ser estabelecida sem ele. O espaço absoluto nada é em si, não é um Objekt, mas significa todo o espaço relativo, que sempre poderá ser pensadoalém do espaço dado e que eu faço retroceder até ao infinito para lá de todo oespaço, como a um espaço que este encerra e no qual posso admitir o primeiro comomóvel.9 Considerar o espaço como uma coisa real é confundir a generalidade lógica deum espaço empírico, enquanto aí contido, com o qual posso comparar todo o espaçoempírico com uma generalidade física.a mobilidade de um objecto no espaço não se pode conhecer a priori,somente pensar.como refere Selvaggi, sobre o conceito de espaço, no âmbito do idealismo dekant: nec ipse negat rem in se, sed illam absolute incognoscibilem declarat:spatium et tempus non sunt nisi formae a priori pure subiecti cognoscentis et, magisin particulari, intuitiones purae sensus externi (spatium) et sensus interni seuimaginationis (tempus). Per has formas subjectivas, data amorpha, quae sensatioin sua passivitate recipit, primo informantur et ordinantur; et per eas fundaturpossibilitas scientiae mathematicae, scilicet geometricae, quae considerat res ut extensas, et arithmethicae, quae illas considerat ut sucessionem habentes in série numerica.10 (Selvaggi (1959), p. 106). Kant não só rejeita a realidade absoluta do espaço e do tempo, propugnada por Newton, como também considera todo o valor transcendental do conhecimento, afirmando terem espaço e tempo as condições subjectivas do conhecimento. Kant nega que o espaço e o tempo sejam, propriamente ditos, conceitos dointelecto ou categorias da razão, que não possuem propriedades do conceito universal, que se predica de muitos. Kant reafirma a origem empírica destas intuições, negando não ser possível queaquelas derivem a partir da experiência, como sendo condições universais,necessárias e a priori. O espaço apresenta-se como uma intuição pura a priori da sensibilidade externa, tal como se indica pela Estética Transcendental. Kant refere-se ao espaçofísico ou ao imaginário, como ser de razão, o qual se fundamenta na intuiçãoextensiva e correlativa dos corpos físicos. 3 - A arquitectura do conhecimento do fenómeno móvel, em Kant, é determinada por duas considerações: por um lado, a tabela das categorias (quantidade, qualidade, relação e modalidade), que, segundo o filósofo, torna exaustivas as determinações possíveis a priori ou especificações de qualquer conceito de movimento ou da matéria; e, por outro, o conteúdo deste conceito e geral de matéria, que é requerido em ordem a ser alguma coisa específica. A avaliação do papel central, que a tabela das categorias desempenha aqui, na WYŻSZA SZKOŁA FINANSÓW I ZARZĄDZANIA W WARSZAWIE 9

10 Ramiro Délio Borges de Meneses filosofia de Kant, é o objectivo deste ensaio baseado na Kritik der reinen Vernunft, onde o filósofo considera o movimento como característica da matéria, que a doutrina metafísica da substância corporal toma como ponto de partida. O mesmo pensamento vamos encontrar em Hegel. A matéria é antes de mais objecto do sentido externo e este sentido só pode ser afectado pelo movimento (Bewegung). Kant considera que a determinação fundamental (die Grundbestimmung) da matéria será o movimento (Bewegung). Esta interpretação, não correcta, segundo os comentadores de Kant (a partir de 1883), não é meramente uma questão de definição, podendo ser considerada uma asserção contingente, dependente da plausibilidade, que é determinada pelos resultados fisiologia da percepção. Isto torna difícil ver porque o estado de movimento de um corpo tem sentido a priori mais do que a sua localização no espaço-tempo. Porém, é verdade que o uso dos referenciais quadridimensionais não é completamente natural na cinemática clássica (newtoniana), como são fundamentais em cinemática relativistica [Dias Gomes, 1945: 30-45]. Kant descreve o movimento (Bewegung) como relativo, e nenhum corpo está em repouso. De alguma forma critica o pensamento de Leibniz que associa o espaço, a matéria e o tempo ao movimento, dando a entender que o movimento se apresenta como uma questão insolúvel. Se Kant, na Estética Transcendental, postula que o espaço e o tempo são formas puras a priori da intuição (externa e interna) [Kant, 1911: 60-75] para a construção intuitiva do movimento, então teremos simultaneamente as duas formas puras a priori da sensibilidade externa (espaço) e interna (tempo). A lei do paralelograma, para a adição de velocidades, segundo Kant, em Neuer Lehrbegrift der Bewegung und Ruhe, designa-se como lei fundamental da foronomia. Naturalmente, que, segundo Newton, será o movimento e a força discutidos sob uma forma axiomática. Em Kant, o sucesso destacado dos físicos matemáticos (e de modo especial para o próprio Newton) requere uma explicação em termos de insuficiências fundamentais das faculdades do conhecimento humano sobre a intuição e sobre o entendimento. A explicação de Kant será que os físicos matemáticos descobriram que a necessidade de uma disciplina sintética a priori, que se denominará de ciência da natureza, realizada fora de um processo de construção matemática, é fundada na intuição pura. A crítica kantiana a esta lei fundamental da cinemática restringe-se ao domínio gnoseológico, deixando de lado o esse ou a forma de existir do movimento. Aponta-o como um conjunto de grandezas, mas não refere a natureza das mesmas. Logo, Kant não atingiu o fundamento ontológico da lei geral do movimento [Borges de Meneses, 2002: ]. Segundo Kant, visto a mobilidade de um objecto no espaço não se 10 MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE NR 2/2012

11 Leitura Kantiana da Mecânica Clássica: pelos princípios e fundamentos a priori poderconhecer a priori e sem o ensinamento da experiência, ela nem foi incluída na Kritik der reinen Vernunft entre os conceitos puros do entendimento. Esteconceito, enquanto empírico, podia encontrar o seu lugar unicamente numa ciênciada natureza que, enquanto metafísica aplicada, se ocupa de um conceito fornecidopela experiência embora segundo princípios a priori.naturalmente que alguém encontra prazer em referir as três partes do teoremageral da foronomia pelo esquema da divisão de todos os conceitos puros doentendimento (Verstand) sub specie. Pela divisão do conceito de quantidade,observará que, dado o conceito de uma grandeza conter sempre o da composição dohomogéneo, a teoria da composição dos movimentos é, ao mesmo tempo, a pura teoria quantitativa da mesma e segundo os três momentos do movimento que o espaço proporciona: o da unicidade da linha e da direcção; o da pluralidade das direcções numa só e mesma linha e, por fim, o da totalidade das direcções e igualmente das linhas segundo as quais o movimento pode ocorrer. Assim, tem a determinação de todo o movimento possível como quantum, muito embora a quantidade dos movimentos num ponto móvel consista apenas na velocidade. 13 Segundo a perspectiva kantiana, construir o conceito de um movimento composto será representar a priori, na intuição, um movimento enquanto ele resulta da reunião num móvel de dois ou mais movimentos. Assim, segundo a Analítica Transcendental, o movimento e seus graus,gnoseologicamente segundo Kant, fundamentam-se nas categorias do entendimento, quando unificadas pelo esquematismo da Verstand, levando-nos aos juízos sintéticos a priori, onde se fundamentam os conceitos de movimento, velocidade e de espaço. A intuição pura a priori orienta-nos da Estética à Analítica Transcendentais. Para a construção dos conceitos exige-se que a condição da sua representação não se vá buscar à experiência. Também não se pressupõem certas forças, cuja existência se pode derivar apenas da experiência ou, em geral, que a condição da construção não deva ela própria ser um conceito que não pode dar-se a priori na intuição como, por exemplo, o de causa e efeito, acção e reacção. Independentemente dos dados locativos que se referenciam no conceito de movimento, segundo Kant, teremos que salientar que este depende do espaço e do tempo ao ponto de ser considerado como forma pura da sensibilidade, quer externa, quer interna, para o espaço e para o tempo, respectivamente. O movimento locativo, que é estudado na foronomia, é uma forma de intuição empírica, que posso pensar mas não conhecer. Aqui fica claro que a concepção foronómica de Kant se manifesta como descrição gnoseológica, sendo impossível uma fundamentação ontológica para o movimento, até porque este, para se constituir pela Analítica Transcendental, como juízo sintético a priori, necessita da tabela das categorias, tornandoo pela Verstand como algo de pensado, esquecendo o movimento cinemático. Na WYŻSZA SZKOŁA FINANSÓW I ZARZĄDZANIA W WARSZAWIE 11

12 Ramiro Délio Borges de Meneses verdade, Kant considera dentro do movimento locativo várias espécies, as quais poderão ser rotatórios (sem mudança de lugar) ou progressivos. Estes, porém, poderão compreender o espaço ou ser movimentos limitados a um espaço. À primeira espécie pertencem os movimentos em linha recta ou também em linha curva, que não retornam a si mesmos; à segunda, surgem os movimentos que retornam a si mesmos. Os últimos são os circulares ou oscilatórios, isto é,,movimentos em círculo. Os primeiros percorrem o mesmo espaço sempre na mesma direcção. Os segundos, alternadamente e em sentido contrário, são como pêndulos que oscilam. Aos dois graus de movimento pertence ainda a vibração motus tremulus, que não é um movimento progressivo de um corpo, mas movimento alternativo de uma matéria que não alterará o seu lugar. 4 - A avaliação do papel central, que a tabela das categorias desempenha aqui, na filosofia de Kant, é o objectivo deste ensaio baseado na Kritik der reinen Vernunft, onde o filósofo considera o movimento como característica da matéria, que a doutrina metafísica da substância corporal toma como ponto de partida [Kant, 1911: ]. Assim, a matéria é antes de mais objecto do sentido externo e este sentido só pode ser afectado pelo movimento (Bewegung). Kant considera que a determinação fundamental (die Grundbestimmung) da matéria será o movimento (Bewegung). Esta interpretação, não correcta, segundo os comentadores de Kant (a partir de 1883), não é meramente uma questão de definição, podendo ser considerada uma asserção contingente e derivada, dependente da plausibilidade e que é determinada pelos últimos resultados em fisiologia da percepção. Kant adianta que a mobilidade dos corpos é um conceito empírico, dado que ele pressupõe a percepção de alguma coisa, que se move [Kant, 1911: 482]. Presumivelmente, o que Kant queria dizer era que, na linha do seu pensamento, seria uma prova a priori de que o movimento é fundamental para os corpos. Entretanto, uma espécie de corpos, como os localizados essencialmente num espaço-tempo quadridimensional, afirma-se pelo invariante espacio-temporal de Minkowski: ds 2 dx 2 dy 2 dz 2 2 c dt 2 Isto torna difícil ver porque o estado de movimento de um corpo é qualquer sentido a priori mais do que a sua localização no espaço-tempo. Assim, é verdade que o uso dos referenciais quadridimensionais não é completamente natural na cinemática clássica (newtoniana), como são fundamentais em cinemática relativistica [Dias Gomes, 1945: 30-45]. Kant apresenta o estudo do movimento como intuição de todas as outras propriedades do móvel. Assim, Kant descreve o movimento (Bewegung) como relativo, e 12 MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE NR 2/2012

13 Leitura Kantiana da Mecânica Clássica: pelos princípios e fundamentos a priori nenhum corpo está em repouso. De alguma forma critica o pensamento de Leibniz que associa o espaço, a matéria e o tempo ao movimento, dando a entender que o movimento se apresenta como uma questão insolúvel. Se Kant, na Estética Transcendental, postula que o espaço e o tempo são formas puras a priori da intuição (externa e interna) respectivamente [Kant, 1911: 50-75] para a construção intuitiva do movimento, então teremos simultaneamente as duas formas puras a priori da sensibilidade externa (espaço) e interna (tempo). A posição kantiana no Metaphysiche Anfansgründe der Naturwissenschaft (IV, Akademie, ) apresenta uma outra interpretação para o movimento e suas propriedades, que este denominou de foronomia. Mas, I. Newton, logo no prefácio ao Philosophiae Naturalis Principia Mathematica apresenta as leis do movimento, ou leis mecânicas, como da acção da reacção, ou: F m. A lei do paralelograma, para a adição de velocidades, Kant em Neuer Lehrbegrift der Bewegung und Ruhe (1758), designa-a como lei fundamental da foronomia. Naturalmente, que, segundo Newton, será o movimento e a força discutidos sob uma forma axiomática, tal como o refere: the moderns, rejecting substantial forms and occult qualities, have endeavoured to subject the phenomena of nature to the laws of mathematical [Newton, 1946: XVII]. Por outro lado, para Kant, o sucesso destacado dos físicos matemáticos e, de modo especial para o próprio Newton, requere uma explicação em termos de certas insuficiências fundamentais das faculdades do conhecimento humano sobre a intuição e sobre o entendimento (Verstand). A explicação de Kant será que os físicos matemáticos descobriram que a necessidade de uma sintética disciplina a priori, que se denominará de ciência da natureza, realizada fora de um processo de construção matemática, é fundada ulteriormente na intuição pura. Daqui se aufere, segundo Kant, que o problema inicial dos fundamentos da ciência da natureza poderá demonstrar que o movimento é grandeza genuina, que significa que os movimentos podem, perante grandezas espaciais ou temporais, ser adicionados ou subtraidos, tal como se encontra na equação geral do movimento: E v. f T [Reichenbach, 1958: 10-25] A crítica kantiana a esta lei fundamental da cinemática restringe-se ao domínio gnoseológico, deixando de lado o esse ou a forma de existir do movimento cinemático. Aponta-o como um conjunto de grandezas, mas não refere a natureza das mesmas. a WYŻSZA SZKOŁA FINANSÓW I ZARZĄDZANIA W WARSZAWIE 13

14 Ramiro Délio Borges de Meneses Assim Kant não atingiu o fundamento ontológico da lei geral do movimento [Borges de Meses, 2002: ]. Criticando Kant, ontologicamente, poderemos afirmar que o movimento é a passagem contínua e sucessivo-fluente (espaço e tempo) da intensivamente (velocidade) P I ao P I do móvel do n 1 n 1. Será um fieri espacio-temporal intensivo ou forma progressiva do existir relativamente em P I n onde surge o movimento, ontologicamente, como acto-potencial. Enquanto que Kant fixa o movimento no âmbito da intuição pura a priori, dada pelo esquematismo no entendimento, pela Analítica Transcendental, pela categoria da Grandeza referimos que posso inteligir, mas não conhecer per se o movimento. Conclusão Os mesmos juízos sintéticos a priori que fundamentam, a física clássica de Newton, segundo Kant, são, antes de tudo, juízos a priori (universais e necessários), mas somente sintéticos, enquanto devem fundamentar o carácter progressivo do conhecimento da foronomia, que tornam a Física, segundo o pensar kantiano, como possível gnoseologicamente [Kant, 1966: 39-40]. Na física clássica, são possíveis os Juízos Sintéticos, porque subsumem os fenómenos aos conceitos puros do entendimento (Verstand). Este sistema precede todo o conhecimento empírico da natureza. Quando definido num sistema a priori, será determinado como ciência pura da natureza física no caso do movimento (foronomia). Desta sorte, os Juízos Sintéticos podem ser juízos da experiência, que nos ensinam como determinadas coisas são construídas, mas jamais como elas devam necessariamente ser assim e não possam ser constituídas de outro modo, como se pode verificar pela lei geral do movimento. O entendimento (Verstand) capta os fenómenos no espaço e no tempo, no caso da foronomia, e dá-lhes uma forma, submete-o às categorias e dá-lhes carácter objectivo. A representação só possui esse quando informado e integrado no conceito puro. Para nós, este esse é ontológico, enquanto que em Kant é gnoseológico. Esta experiência inclui, segundo Kant, a forma imposta pelo sujeito e é o que já se encontra no plano da sensibilidade, na qual a intuição pura interna (tempo) configura os dados das impressões sensíveis (intuições empíricas) dos instantes concretos. A ligação entre o espaço e o tempo, pela velocidade, origina uma representação do movimento, que é dada numa categoria do entendimento (Verstand) tornando possível um juízo foronómico a priori, universal e necessário. Os mesmos juízos sintéticos a priori que fundamentam, em definitivo, a física clássica de Newton, segundo Kant, são, antes de tudo, juízos a priori (universais e necessários), 14 MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE NR 2/2012

15 Leitura Kantiana da Mecânica Clássica: pelos princípios e fundamentos a priori mas somente sintéticos, enquanto devem fundamentar o carácter progressivo do conhecimento da cinemática (leis gerais, universais e necessárias), que tornam a Física, segundo o pensar kantiano, como possível gnoseologicamente [Kant, 1966: 39-40]. Na física clássica, são possíveis os Juízos Sintéticos, porque são princípios que subsumem os fenómenos sob conceitos puros do entendimento (Verstand), transformando-se num sistema natural. Este sistema precede todo o conhecimento empírico da natureza. Quando definido num sistema a priori, então será determinado como ciência pura da natureza física no caso do movimento. Desta sorte, os Juízos Sintéticos podem ser juízos da experiência, que nos ensinam como determinadas coisas são construídas, mas jamais como elas devam necessariamente ser assim e não possam ser constituídas de outro modo, como se pode verificar pela lei geral do movimento [Kant, 1966: 40-42]. A função cognoscitiva caracteriza-se no Juízo Sintético a priori como grau máximo do conhecimento objectivo. Assim, os Juízos Sintéticos são tais que, em virtude do predicado, vão além do conceito do sujeito, uma vez que aquele contém algo que não é pensado no conceito último s v. f t. O entendimento (Verstand) capta os fenómenos no espaço e no tempo, no caso da cinemática e dá-lhes uma forma, submete-as às categorias e dá-lhes carácter objectivo. A representação só possui esse quando informado e integrado no conceito puro. Para nós, este esse é ontológico, em Kant é gnoseológico. Segundo o filósofo da Aufklärung, temos conhecimentos (juízos) em que intervem universalidade e necessidade bem como as condições de possibilidade. Claro será que isso não pode proceder da experiência, deverá o provir de outra fonte a priori, tornando o movimento cogniscível v e [Kane; Sternheim 1988 t 3 : 6-11], Mas, esta experiência formada inclui, para o mesmo Kant, a forma imposta pelo sujeito e é o que já se encontra no plano da sensibilidade, na qual a intuição pura interna (tempo) configura ou con-forma os dados das impressões sensíveis (intuições empíricas) dos instantes concretos (tempo positivo). A ligação entre o espaço e o tempo, pela velocidade, origina uma representação do movimento, que é dada numa categoria do entendimento (Verstand) tornando possível um juízo cinemático a priori, universal e necessário: t v f '. Kant conseguiu fazer uma interpretação da Cinemática Clássica o que já não é possível para a Mecânica Relativista de Einstein, nem para a Física Quântica. Aqui Kant WYŻSZA SZKOŁA FINANSÓW I ZARZĄDZANIA W WARSZAWIE 15

16 Ramiro Délio Borges de Meneses teria de fazer uma nova extensão do juízo a priori. Apenas conseguiu uma fundamentação gnoseológica da Cinemática Clássica. Mas, a dinâmica estudaria o movimento como qualidade da matéria. A Mecânica interessa e sepelas relações externas entre objectos físicos, que se movem dinamicamente e se expressam pela categoria da relação. Tudo isto surge na procura de um vínculo entrea Kritik der reinen Vernunft e as Metaphysische Anfangsgründe der Naturwissenschaft, tal como aparece na fenomenologia que se ocupa do movimento ou do repouso da matéria, perante os sentidos externos, pela categoria da modalidade, no intuito de estabelecer nexo entre as teorias físicas de Kant e de Newton. Contudo, deveremos criticar esta fenomenologia, dado que a Mecânica integra, per se, dois capítulos, a saber, a foronomia (cinemática) e a Dinâmica. O esquema de Kant não está de acordo com as teorias axiomáticas e formalizadas da Mecânica de Newton. A foronomia, segundo a lógica formal, é isomorfismo da Mecânica. O esquematismo kantiano, para fundamentar a mecânica de Newton, não se aplica na fundamentação da Mecânica Relativista e também será ultrapassada pela fenomenologia da Mecânica Quântica. Summary Kant's interpretation of the mathematics of motion is to be found in this Neurer Lehrbegriff der Bewegung und Ruhe (1758) in the form of one fundamental principle of kinematics. None of these propositions is especially original with Kant so far as the sheer mathematics goes, but the selection of just these motion's propositions and Kant's proof for each of them are at the very least strongly influenced by the special features of his critical philosophy. There is a new meaning of the phoronomic position, according to Kant, that she is different from the aim of Newton. On the one hand,there are philosophical researches that have go deeper in the understanding of motion, pointing to a strong relationship between the space,and time according to Kant. On the other hand,there are so many aspects of thought that demand a increasingly prominent role of phoronomy in the physical science. However, the a priori sintectic judgment plays a very important role to the critique foundations of phoronomy. [1] Araújo Moreira, J Física Clássica, para aplicações médicas e biológicas, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. [2] Borges de Meneses, R.D Teoria do Juízo segundo Kant, in: Humanistica e Teologia, 23. [3] Burgoa, L.V Intuición pura o abstracción formal de Kant a T. de Aquino, in: Pensamiento, 58. [4] Dias Gomes,A. 1945, A Relatividade de A. Einstein, Lisboa, Sá da Costa. [5] Dugas, R.,1955, A History of Mechanics, translated by J. R. Maddon, New York, Central Book. 16 MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE NR 2/2012

17 Leitura Kantiana da Mecânica Clássica: pelos princípios e fundamentos a priori [6] Fock, V The Theory of Space, Time and Gravitation, translated by N. Kemmer, New York, Macmillans. [7] Kane, J. W., Sternheim, M. M Physics, New York, J. Wiley and Sons. [8] Kant I Kritik der reinen Vernunft, in: Gesammelte Schriften, Band IV, Berlin, Verlag von G. Reimer. [9] Kant, I Metaphysiche Anfangsgrűnde der Naturwissenschaft, in: Kant s Werk, Gesammelte Schriften, Berlin, Akademie der Wissenschaften, Band IV, Berlin, Verlag G. Reimer. [10] Kant, I Neurer Lehrbegriff der Bewegung un Ruhe (1758), in: Gesammelte Schriften, Band II, Verlag von G. Reimer, Berlin, Akademie der Wissenschaft. [11] Kant, I. 1966, Prolegomena to any Future Metaphysic, translation from german, Manchester, University Press. [12] Newton, I Principia Mathematica Philosophiae Naturalis, translated from latin, Berkeley, University Press. [13] Newton, I Principi Matematici della Filosofia Naturale, a cura di A. Pala, Torino, Unione Tipografica Editrice. [14] Palter, R Kant s Formulation of the Laws of Motion, in P. Suppes (edit.), Space, Time and Geometry, Dordrecht, D. Reidel Publisching Company. [15] Reichenbach, H Philosophy of Space and Time, translated from german, New York, Dover. [16] Russel, B The Principles of Mathematics, London, G. Allen and Unwin Ltd. [17] Strauss, M Modern Physics and its philosophy, Dordrecht, D. Reidel Publishing Company. WYŻSZA SZKOŁA FINANSÓW I ZARZĄDZANIA W WARSZAWIE 17

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19 Aleksandra Macintosh Uniwersytet Zielonogórski międzynarodowe studia filozoficzne nr 2/2012 [s ] W poszukiwaniu pewności: Szestow a Kierkegaard In quest for Certitude: Shestov and Kierkegaard Key words: certainty, certitude, existentialism, Kierkegaard, Shestov, Chestov Na przestrzeni lat pojęcie pewności ewoluowało i przybierało różne formy. Nieodmiennie jednak oparta ona była na poznaniu, wiedzy. Elementem spornym natomiast w historii zakreślania horyzontu definicyjnego pewności był sposób w jaki wiedzę zdobywamy, by daną pewność osiągnąć. W zależności od epoki uważano, że źródłem poznania mogą być: albo prawdy rozumu, albo prawdy wiary. Rozwój filozofii pewności przypadł na wiek XIX wiek rozwoju nauki i nauk szczegółowych, czas rewolucji przemysłowej. Pewność miała opierać się jednocześnie na prawdach rozumu i wiary. Podjęto próby godzenia prawd rozumu i wiary. Wbrew tym tendencjom wystąpił Soren Kierkegaard duński filozof, który nie widział sposobu na pogodzenie tych dwóch żywiołów. Według niego pewność można czerpać tylko z jednego źródła. Kierkegaard urodził się w Kopenhadze w 1815 roku. Trzy momenty z jego biografii wpłynęły na osobowość i później także na kierunek poszukiwań filozoficznych Duńczyka. Po pierwsze wpływ bogobojnego ojca, który żył w przekonaniu, że ściągnął na siebie i swoją rodzinę gniew boży (ojciec Kierkegaarda przeklął Boga a także dopuścił się wykroczeń seksualnych). Drugi to zerwanie zaręczyn z Reginą Olsen, spowodowane nieodwracalnością faktu niemożności zostania mężem. Kierkegaard nie napisał wprost co oznaczała niemożność zostania mężem. Z jednej strony można podejrzewać, że przyczyną tego stanu rzeczy była jego fizyczna niemoc. W literaturze przedmiotu można spotkać opis wizyty młodego Kierkegaarda w domu publicznym, z którego uciekł w popłochu [Palacz, 2005: 234]. Z drugiej strony wydaje się, że wiele innych okoliczności mogło wpłynąć na jego decyzję. Mogło to być spowodowane jego złożoną neurotyczną osobowością, jego postrzeganiem miłości jako coś wyższego niż tylko fizyczne zbliżenie, odczuwaniem życiowego powołania, wiarą w napiętnowanie grzechami ojca. W orbicie zainteresowań Szestowa nieodmiennie znajdowało się doświadczenie jego ulubionych WYŻSZA SZKOŁA FINANSÓW I ZARZĄDZANIA W WARSZAWIE 19

20 Aleksandra Macintosh autorów. Dlatego w przypadku Kierkegaarda przykładał on dużo większą wagę do tego faktu z jego życia niż jest to przedstawione w literaturze przedmiotu. Trzecim momentem w biografii Kierkegaarda, na który jego biografowie zwracają uwagę był jego konflikt z pismem Korsarz, które bezdusznie kpiło sobie z filozofa. Moment ten jednak wydaje się nie mieć większego znaczenia w świetle jego poszukiwań filozoficznych. Charakteryzuje on raczej Kierkegaarda, jako człowieka nadmiernie uczulonego na krytykę. Po raz pierwszy Szestow usłyszał o Kierkegaardzie w 1928 roku: najpierw w rozmowie z Martinem Buberem we Frankfurcie, potem w rozmowie z Edmundem Husserlem, gdy ten niemalże zmusił Szestowa, by się zapoznał z pracami Duńczyka. Szestow obiecał, że tak się stanie, słowa dotrzymał i w 1929 roku zaczął czytać prace egzystencjalisty. Warto dodać, że prace Kierkegaarda nie były wtedy jeszcze znane szerszej publiczności ani we Francji, ani w Rosji. To Szestow położył wielkie zasługi na polu popularyzacji filozofii duńskiego egzystencjalisty we Francji. Podobnie jak wcześniej Nietzsche czy Dostojewski tak teraz Kierkegaard, stojący w obliczu osobistej tragedii okazał się być ulubionym typem bohatera Szestowa. Nie należy zapominać, że w zasięgu zainteresowań Szestowa mieścili się jedynie ci filozofowie, których myśl pozostawała w ścisłej zależności z ich osobistym doświadczeniem, a doświadczeniem tym miała być przeżyta tragedia. Szestowa interesowały jednostki, które znalazły się w sytuacji nietypowej, o krok od szaleństwa, ludzie pogrążeni w rozpaczy, którzy wyrwani czy może raczej uwolnieni od wszelkich zależności wobec innych ludzi, wobec czasu czy społeczeństwa mogli zagłębić się w swojej własnej tragedii. Filozofii Szestowa zarzucano psychologiczny biografizm [Wodziński, 1991: 184]. Nie sposób jednak uniknąć odniesienia do biografii Kierkegaarda przy okazji analizy jego myśli skoro miała ona istotny wpływ na jego przemyślenia. Jego problemy wyrastają z jego życia w tym sensie, że pojawiają się przede wszystkim przed nim w formie alternatyw przedstawianych do własnego rozsądzenia, rozsądzenia, które pociąga za sobą radykalne zaangażowanie [Copleston, 1995: 338]. Iwaszkiewicz w słowie wstępnym do Albo-albo określa filozofię Kierkegaarda jako zadziwiającą projekcję jego spraw osobistych [Iwaszkiewicz, 1975: VIII]. Teksty Kierkegaarda, początkowo nie zrobiły na Szestowie wrażenia. W 1929 roku przeczytał on Pojęcie lęku, Chwilę, Bojaźń i drżenie i Powtórzenie. Swoją opinię przedstawił w liście do szwagra: Wydaje mi się, że Niemcy chyba przeceniają Kierkegaarda. Myśl jego nie ma tej siły i głębi, którą jej tam przypisują. Wbrew temu co pisał Buber, myślę, że Nietzsche jest o wiele ważniejszy niż Kierkegaard [Baranowa-Szestowa, 1983: 31]. Dopiero wnikliwe studia i lektura pozostałych tekstów Kierkegaarda zmieniły pogląd Szestowa na filozofię Duńczyka. W 1932 roku w liście do szwagra pisał: Do tej pory myślę o Kierkegaardzie. Nawet najwięksi zwolennicy Kierkegaarda odbierają go jako następcę Sokratesa. Zawsze miałem wrażenie, że według Kierkegaarda nawet sam Bóg, w ostatecznym rozrachunku, pozostaje bezsilny w obliczu okropności 20 MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE NR 2/2012

21 W poszukiwaniu pewności: Szestow a Kierkegaard istnienia i, że okropność ta nie może spierać się z bezpośrednimi danymi świadomości. Mimo wszystko, Kierkegaard (w tym jego ogromna zasługa) nie przestawał mówić o tych okropnościach (...) To właśnie, według mnie, jest najwspanialsze w jego pracach [Baranowa-Szestowa, 1983: ]. Pierwsze artykuły o Kierkegaardzie Szestow opublikował w 1932 roku w książce pt.: W byku Falarisa. Praca ta później została włączona do tekstu Ateny i Jerozolima. Rok później pojawiła się książka Kierkegaarda Powtórzenia i Szestow, nie chcąc, by pozostała niezauważona, napisał dla czasopisma Bierdiajewa Put artykuł poświęcony filozofii Kierkegaarda pt.: Hegel albo Hiob (o filozofii egzystencjalnej Kierkegaarda). Następnie w kolejnych latach ( ) Szestow opublikował jeszcze dwa teksty poświęcone filozofii Kierkegaarda: Sine effusione sanguinis. O filozoficznej uczciwości i Kierkegaard filozof religijny. Prace te weszły w skład wydanego pośmiertnie tomu esejów pt.: Spekulacja i objawienie. Za najważniejszą jednak pracę Szestowa, poświęconą duńskiemu filozofowi, popularnie uważa się wydaną w 1936 roku, rozprawę pt.: Kierkegaard i filozofia egzystencjalna. W niektórych źródłach można znaleźć informację, że chronologicznie jest to ostatnia książka napisana przez Szestowa, gdyż artykuły, wchodzące w skład wydanej później pracy pt.: Ateny i Jerozolima, napisane zostały przed rokiem 1933 [5]. Można jednak polemizować w tej kwestii, gdyż np. na tekst eseju pt.: Kierkegaard filozof religijny składają się odczyty, które Szestow wygłosił dla Radio-Paris w 1937 roku. Praca Kierkegaard i filozofia egzystencjalna jest zbiorem dwunastu artykułów napisanych między 1933 r. i 1934 r. Tematyka pracy koncentruje się wokół perykopy z Księgi Genesis i implikacji jakie niesie ze sobą interpretacja Upadku pierwszego człowieka. Szestow nie ograniczył się jednak do analiz teologicznych, wskazał natomiast na dodatkowe podteksty tego zagadnienia. Według niego poznanie jest grzechem o podobnym ciężarze gatunkowym: Wiedza, o którą nasz rozum walczy z takim zapałem, jest najcięższym, śmiertelnym grzechem [Szestow, 2003: 109]. Człowiek, bowiem w momencie skosztowania owocu z drzewa poznania dobra i zła wyrzekł się swobody, ściągnął na siebie gniew boży i jako karę został skazany na wygnanie z Raju. W swej analizie przypowieści o wygnaniu pierwszych ludzi z Raju, Szestow pokazał, że nikt nie przeprowadził świetniejszej krytyki rozumu od samego Boga. To Bóg zakazał pierwszym ludziom korzystać z owoców drzewa poznania dobra i zła i to Bóg ukarał ich za nieposłuszeństwo. W tekście swojej pracy pisał: Wszyscy, którzy zetknęli się z biblijną przypowieścią, jak już wspomniałem, byli gotowi odnaleźć w niej wszystko oprócz tego, co jest naprawdę zawarte w Księdze Genesis. Pojęli upadek jako nieposłuszeństwo Bogu, lub jako poddanie sie ponętnej pokusie, lecz nikt nie był w stanie lub nie miał chęci przyznać, że korzenie grzechu, to znaczy grzechu pierworodnego, są zawarte w wiedzy, oraz że zdolność do rozróżniania pomiędzy dobrem a złem jest Upadkiem, i co więcej, najbardziej przerażającym i zgubnym upadkiem jaki można sobie wyobrazić [Szestow, 2003: 196]. Człowiek tedy WYŻSZA SZKOŁA FINANSÓW I ZARZĄDZANIA W WARSZAWIE 21

22 Aleksandra Macintosh przez zlekceważenie Bożego zakazu wyrzekł się wolności. Złamanie nakazów bożych miało swoje dalekosiężne poznawcze konsekwencje, odtąd bowiem logika pojmowana jako narzędzie racjonalności będzie inspiracją i kryterium jego aktywności. Dziś nie jesteśmy już w stanie osiągnąć wolności biblijnej, z tego prostego powodu, że nie zależy to od nas. Decyzja pierwszego człowieka pozbawiła ludzkość nieograniczonej wolności. Zguba człowieka pochodzi tylko od grzechu [...] przeciwieństwem grzechu jest wolność, że, co więcej, wolność nie jest wolnością wyboru pomiędzy dobrem a złem, lecz 'możliwością [Szestow, 2003: 191]. Dlatego zadaniem filozofii egzystencjalnej, której jednym z twórców był Kierkegaard, było odzyskać tę wolność poprzez odrzucenie racjonalnego myślenia jako jedynej drogi wiodącej do jej uzyskania. Szestow za Kierkegaardem powtórzył, że zadaniem filozofii jest szaleńcza walka o możliwość [Szestow, 2003, 120], której głównym narzędziem i jądrem jest wiara. To wiara nadaje filozofii egzystencjalnej jej trzeci wymiar, który sprawia, że jest tak różna od filozofii spekulatywnej. Celem filozofii egzystencjalnej jest przedarcie się poprzez to, co oczywiste, wzniesione przez rozum, i dotarcie do wolności, w której to, co niemożliwe staje się rzeczywistością. Tak jak to napisano: [...] 'nic niemożliwego dla was nie będzie' [Szestow, 2003: 221]. Usytuowanie filozofii egzystencjalnej w kontekście religijnym postawiło ją w oczywistej opozycji do heglizmu. Jej zadaniem stała się walka z założeniami filozofii spekulatywnej. Obaj myśliciele, zarówno Kierkegaard jak i Szestow, uważali, że filozofia powinna mieć charakter indywidualny i subiektywny, jej rozważania miały skupiać się wokół problemów pojedynczego człowieka, który nie mieści się w ogólnych założeniach filozofii spekulatywnej. Sprzeciwiali się schematyzowaniu życia jednostki, broniąc przy tym indywidualności przed rozpłynięciem się w masie. Jednostka nawet jako część tłumu pozostaje jednostką i potrzeby tłumu niekiedy nijak się mają do potrzeb danego człowieka. W opinii Kierkegaarda, a także Szestowa dla filozofii spekulatywnej tego typu problemy nie istniały. Szestow pisał: Dla ludzi wyrzuconych z życia nie ma miejsca w systemie Hegla [Szestow, 2007: 114] i dalej Dla filozofii spekulatywnej pozostaje czymś zupełnie oczywistym, że poszczególny człowiek, tzn. istnienie powstałe w czasie, powinno także w czasie mieć swój koniec, i że prawa w ogóle nie zostały ustanowione po to, ażeby strzec przemijającego istnienia [Szestow, 2007: 115]. Wielką wadą filozofii spekulatywnej, uważał Kierkegaard i Szestow, był obiektywizm. Dlatego Kierkegaard dawał pojedynczemu człowiekowi prawo do własnej prawdy. Według duńskiego egzystencjalisty prawda jest subiektywna. Dotyczy ona jednostki i, jak pisał, jest przygodą, która z żarliwością nieskończoności wybiera obiektywną niepewność [Copleston, 1995: 346]. Był jednak zbyt oczytany i wykształcony by odrzucić prawdy ogólne, z którymi nie można dyskutować, nie narażając się na logiczną sprzeczność. Dawał jednak pierwszeństwo prawdzie subiektywnej jako tej bezpośrednio dotyczącej egzystującej jednostki. 22 MIĘDZYNARODOWE STUDIA FILOZOFICZNE NR 2/2012